segunda-feira

minúcias diárias

passava a tarde ali
observando
as minúcias diárias

particularidades do olhar

transpiração

movimentos da água
em sua forma de ser
                  
a luz refletida nas ondas do lago

sexta-feira

fluido


pincelada de dentro
natureza viva

sangue derramado
o pedaço da parte
líquido
aflora na água
se faz pigmento fecundado
em forma difusa






quinta-feira

obsoleto moderno

agora amanhecido
sob desgaste do tempo
digerido pela ótica do instante já
restos de chuva
escorrem, escoam, escorregam
o vidro transgressor
atravessa 
o obsoleto moderno


segunda-feira

absorto



entre movimentos parados e palavras contínuas 
absorto
era hoje o que aconteceu ontem
a deriva 
no momento ontem
objeto não indentificado
agora expressão 
instante vivido
eram traços e linhas abstratas
compondo ruas desertas 
um sonho lúcido 
transformado em matéria
refúgio de luz

domingo

mão que faz

o corpo parte do parto
a mão é parte do braço
o corpo é composto por partes
as partes formam o corpo

a mão interpreta o sentido
inter-age com as partes
mão
manuseio das ideias 
 movimentos da essência

abrigo


terminal dos sentidos
constante refúgio
gozo da imunidade

segunda-feira

ação


o percurso do tempo
sua natureza sólida

passos e letras compondo palavras
formam pensamentos

chão de texturas

no sentido contrário
opostos em movimento

pontos de luz
sinais abertos

inovações
inovar-ações

quarta-feira

dia/dia


surrealidades
do dia/dia
dos nossos dias
dos outros meus
dos outros seus

alimento minha sede
assim, continuo leve

recolho pedras

prossigo

água salgada do mar

efêmero


o efêmero prolongado
estendido no varal da nÃovaidade
na transparência da exterioridade interior
vivo, sobrevivo
flutuo
faço, refaço
pinto, traço
dentro do borrão
oscilação-da-ação

efeito

terça-feira

vão



entra a luz
entre a luz
entra entre o vão, a luz

olharemos
dos olhos que vê
dos olhos que sente
dos olhos do instante
congelo o que vi
e trago num tempo agora

azulluzaazulluza




receptores de energia
na conveniência dos sentidos
opto
azul-nuvens
azul-água
azul-lembranças do agora
azul-texturas
azul-luza

segunda-feira

bricolagem



escuto a melodia por dentro
instrumentos soam nos meus ouvidos como palavras abstratas
subjetivas frases tem formas singulares
ocupam espaço no meu pensamento
como moléculas na matéria
o corpo do vento assobiando fora
vejo o dia da noite
penso o lado fora e o lado dentro
o sol penetrado
dentro em pouco
no despertar do desejo
de uma noite de dia
um dia dentro
estando fora
sintonizo
a noite
o dia

abstrair

abstraio um conjunto junto coloco a disposição o menor e maior dentro e fora do lado direito da parte que parte na forma que no instante continua sendo assim posso tatear com os olhos e orelhas aquilo que vou chamar de imagem procurando conhecer o lado de lá e de cá a água molha o ouvido escuta o pingo de chuva a luz revela acesa dentro e fora da rua concreta que o olho vê

domingo

variedade



me coloco em movimento

ando nas ruas
sigo os cheiros
v
a
r
i
e
d
a
d
e
me faço de olfato
anulo os sentidos
sigo o meu instinto

segunda-feira

um e outro



dentro do lado
do lado de fora
fora e dentro
dentro e fora

a janela está aberta
cheia de inspirações

as atitudes imobilizadas
sob o efeito de exprimir

pensamentos desvairados
desejos incontroláveis
manifesto do imaginário

quinta-feira

devaneio



olha os sonhos
singulares
existe, de ato

silencioso
os dedos bordam movimentos
a conexão,
por todos os lados


abstrair tentativas

sobre acontecimentos
eternidade até quando?

a alma condescende em ser corpo

quarta-feira

aquoso



começo do fim
vou para o meio
termino com o começo

a madrugada se aproxima,
levemente molhada.

ato de fato
intervenções do tempo
o sentido do gosto
a experência do ver
transborda ideias abstratas

esboço

concreto



recortei alguns pedaços do concreto
percebi gostar da realidade

cores e formas
espaço e tempo
cheiro e aroma
quente e frio
azul e branco

pés no chão
nada vazio
especies de complementos
coletivo da atividade

invisível de se ver

reflexão


água sob meu corpo
escorre
olhos viam através da janela de vidro
o clarão do dia
escondia o estado condensado das nuvens leves
água fria
alivia o que não via
vem o que não vinha
mostra
refletido na água
qual será o mistério

sexta-feira

captações translúcidas



a princípio
compondo os fragmentos
percebendo motivos maiores que os porquês
notando a existência dos elementos
me faço de ser
presente no aroma natural
num tempo agora
me deixo ser
captações translúcidas
metamorfosear

ornamento



invento o espetáculo sem palco
acendo a lâmpada acesa
instrumentos
percebo o movimento parado
listrei as atitudes das formas
inusitado
na ausência da cor
com todas as cores.
diz uma palavra muda